Allan Petersen: Monoqool nascida do futuro

A marca criada no Japão mas de coração dinamarquês tem no seu centro o futuro. Foi Allan Petersen que a imaginou assim, virada para premissas simples de leveza, subtileza e poucos suplementos, mas que precisava da mais intrincada tecnologia para a concretizar. A sua paixão desde que se lançou à Monoqool é esse processo de experimentação, em que vê e testa inúmeros protótipos para chegar à perfeição em óculos. A Millioneyes conheceu Allan Petersen na feira de lançamento da sua marca, ainda sob a ideia de uma charneira em espiral surpreendente. Desde essa primeira ideia, “à frente do seu tempo” a Monoqool teve um desenvolvimento complexo, cheio de grandes obstáculos, mas que se “conclui” num sucesso que Petersen sempre anteviu e que o fez lutar para longe da ideia de rendição. Redescobriu-se na impressão 3D, mas recusa “colar” a marca a este método de fabrico. A casa dinamarquesa está colada, sim, à ideia de inovação. Esta foi uma conversa franca e que revela a sua personalidade pragmática e resiliente, num esboço de todos os esforços que um empresário de uma marca independente tem que empreender, longe de romanticismos ou subtrações. Como resultado, a Monoqool de Allan Petersen tem arte, tem tecnologia, tem tonalidades originais, tem funcionalidade, é um prazer no toque e faz com que usar óculos seja uma afirmação de inquietude.

Quando lançou a marca própria, esta Monoqool baseou a sua imagem num inédito sistema de charneira, fixada através de um fio metálico. Como surge esta ideia?Lançámos a Monoqool em 2008 com o objetivo de empreender algo inovador. Trabalhámos com alguns designers externos e houve uma equipa que nos apareceu com uma armação Helix única em aço inox com um fio metálico em espiral, que na extremidade ligava diretamente ao frontal em aço. Foi uma peça nunca vista e conseguimos patentear esta astuciosa charneira. Ganhou sete prémios internacionais de design baseados naquela invenção.

Atualmente o conceito “sem parafusos” é ainda uma realidade na base da Monoqool, mas hoje é, sem dúvida, o processo 3D que vos define. Como se decidiram pelo método? O meu sócio que me acompanhou no lançamento da Monoqool quis desistir da “corrida” quando, em 2011, ficámos sem fundos e isso motivou o nosso financiador a querer abandonar- nos também. Tive que assumir outro emprego, como diretor de uma empresa que também estava em dificuldades financeiras, e tentar gerir a Monoqool nos meus tempos livres. Quase me matou de stress! Já tínhamos experimentado o 3D em 2008 e decidi investir o pouco dinheiro que me restava para tentar lançar uma linha de óculos sob esta metodologia. Fizemos isso em 2012…e o resto é história (risos).

 

Entrevista completa na Millioneyes 108