Quem resiste a Christian Roth?

A pergunta podia colocar-se a todos as figuras icónicas que celebraram a marca de coração nova-iorquino, entre elas Andy Warhol, Karl Lagerfeld, Kurt Cobain e tantas revistas que eternizaram os modelos Christian Roth nas suas escolhas de moda. Em exclusivo para a Millioneyes, o designer alemão falou sobre os amores dos anos ’80 que fizeram nascer a marca de óculos, sobre o atrevimento de sonhar em Nova Iorque naquela época, onde tudo acontecia, e sobre a resiliência na luta contra a atual conjuntura. Unido pelo coração e pela criatividade ao seu sócio francês Eric Domège, juntos conquistaram um patamar ambicioso na história do design de óculos. Hoje mantêm a eterna procura pelo fascínio de ultrapassar barreiras preestabelecidas na concepção de óculos, em prol da autoestima global, da felicidade, da boa visão e de um estilo único.

Quando começou na indústria da ótica conseguiu agitar o mercado ao mudar a ideia instituída deste acessório. Como se conquista tal patamar? Tinha ideia que estava a escrever um capítulo da história dos óculos?

Às vezes basta estar no sítio certo no momento certo! Esta conjuntura permitiu-nos ajudar a começar um movimento que criou mais consciência e desejo sobre as inovações eyewear. Mudámo-nos para Nova Iorque em 1980 e nesse período tudo parecia possível. Desde os primeiros momentos do nosso arranque, enquanto marca de óculos, recebemos um apoio incrível de revistas proeminentes de moda e beleza, de designers, de artistas, de celebridades e alguns deles tornaram-se figuras icónicas da moda. É demasiado pretensioso acreditar que estávamos a fazer história. Simplesmente éramos parte do pequeno grupo de marcas de eyewear independentes, capazes de forçar os limites e fazer óculos modernos e verdadeiros objetos de desejo. O facto de termos sido os primeiros designers de óculos a integrar o Conselho de Designers de Moda da América (CFDA na sigla em inglês) em 1990, deu-nos, a nós e à indústria que integramos, um grande reconhecimento.

Que futuro esperar para o eyewear independente?

Este segmento tem que ultrapassar os desafios atuais. Não podemos esconder que estamos em terreno incerto. TEmos que nos manter positivos, ser extremamente criativos e repensar a nossa forma de trabalhar, vender, promover e, acima de tudo, mantermo-nos próximos dos nossos consumidores. Temos a vantagem de termos clientes que querem identificar-se com o produto, que tenha alma e um propósito e uma marca com ligações emocionais. Força, humildade, compaixão e criatividade são fatores centrais perante esta tempestade. Outra linha fulcral desta infeliz crise sanitária: os olhos são a peça central da comunicação e passamos mais tempo em frente aos computadores. Nós estamos em modo Zoom, a nova red carpet para revelar eyewear!

Entrevista completa na Millioneyes 94