Paulo Sousa: dez anos de uma Ørgreen feita em português

Em 2012, Paulo Sousa apresentou-se ao mercado luso da ótica com a marca que melhor o identificava. Leve, jovem, bem estudada e comunicada, colorida, honesta e cumpridora compõem a “personalidade” de uma Ørgreen, que celebra agora 25 anos, e que se uniu na perfeição ao jovem comercial, jornalista de base e que viu nesta casa dinamarquesa a forma de ser feliz profissionalmente. De facto, durante a nossa entrevista para celebrarmos os dez anos de carreira na ótica de Paulo, recordámos a nossa primeira conversa em 2012. Tal como na altura, identificamo-nos com o espírito positivo e dinâmico de um homem disposto a conquistar o seu espaço na história da ótica portuguesa. E hoje está escrito! Trouxe uma das primeiras marcas independentes para as nossas lojas, também ele independente de todos os truques comerciais do mercado. Munido de um produto seguro e futurista, de grande garra e humildade e de uma nova abordagem à venda de óculos, Paulo é hoje uma figura incontornável de tantas equipas do retalho português. A conversa franca e solta, o sorriso fácil e uma empatia inegável são exatamente os mesmos de 2012, agora num profissional que fala “ótica” na perfeição.

O facto de não ter experiência no mercado da ótica, de alguma forma, trouxe vantagens. Deu-me uma visão diferente. Nunca estive focado no dinheiro. Claro que, o dinheiro é importante mas não é o centro. O produto, as relações humanas, os stocks, as necessidades dos parceiros e a comunicação assertiva do produto são fulcrais, depois o dinheiro vem por arrasto. Eu era jornalista e usei isso a meu favor. Quando abordava um potencial parceiro, comunicava factos, focando o produto e todo o processo que o envolve.

Foi um percurso arrancado do zero!

Sem dúvida! Para já, usava óculos, porque via mal (risos). Não sabia sequer o que era uma plaqueta. E fui eu que aprendi antes de chegar à Ørgreen e tive que o fazer em português e inglês.

Recorde-nos, dez anos depois, como chegou à Ørgreen.

Cheguei a um ponto em que, para continuar a fazer jornalismo tinha que deixar o Porto em direção a Lisboa. Escolhi não fazê-lo e iniciei um percurso na comunicação de empresas e no marketing. Faltava-me sempre a resposta para o quê que podia fazer, o quê que me faltava em termos profissionais. Na busca de alternativas surgiu-me a ótica por acaso. Vi uma reportagem sobre Ørgreen, em 2010, e achei a marca curiosa. Pesquisei sobre a companhia e decidi enviar um email ao qual não obtive resposta. Só me lembrei disso um ano e meio depois, altura em que procurei de novo a Ørgreen, que estava a crescer em todo o mundo. Voltei a mandar nova nova mensagem. No dia seguinte tinha uma resposta. Quiseram saber quem era. “Vendi-me”. Pesquisei as feiras profissionais do setor para ter oportunidade de ir “atrás do sonho” e fazer-me ver à equipa da Ørgreen pessoalmente. Conheci-os na MIDO, em Milão, depois de fazer bem o meu trabalho de casa sobre o setor, o retalho e tudo mais. Levei o meu país num powerpoint. Conheci quem me respondeu ao email, conheci um dos donos, o Gregers Fastrup, que agora é meu amigo, e quando me perguntaram que experiência tinha no mercado, encostei- me para trás e disse “zero”. Mesmo assim escolheram-me. Anos mais tarde o Gregors confessou-me que foi a minha preparação, a minha humildade e a minha honestidade que os fez absorverem- me na equipa.

 

Entrevista completa na Millioneyes 108