Onde se enquadram os ortoptistas?

A Associação Nacional dos Ópticos avançou com um pedido para incluir a profissão de ortóptica no Contrato Coletivo de Trabalho das óticas. A medida que desagrada aos optometristas representados pela União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses.

“A falta de trabalho nos hospitais e centros de saúde poderá estar na origem do aparecimento de ortópticos nas óticas”, reage à MillionEyes, Henrique Nascimento, presidente da União Profissional dos Ópticos e Optometristas Portugueses (UPOOP). Surpreendido pela direção da Associação Nacional dos Ópticos (ANO), ainda no decorrer do XXVI Congresso Internacional Optometria e Contactologia, que decorreu em março no Estádio da Luz, com esta novidade, o responsável da UPOOP, não entende porque não foram consultados e garante que tudo fará para defender os optometristas. Aliás, no início de junho, quase uma centena de pessoas aceitaram o convite da UPOOP e participaram numa reunião que tinha, de acordo com os responsáveis, como objetivo “a discussão do futuro da optometria face aos recentes e constantes desafios e ataques com que a mesma se depara” e “ouvir pessoas que não estão no círculo de associados”.

Por outro lado, a ANO saiu em sua defesa e num esclarecimento público feito a 12 de junho explica que “em nada pretendeu ou pretende atacar essa mesma profissão, até porque, como afirmado pela própria UPOOP, e é do conhecimento geral, inúmeros são os associados da ANO e alguns membros dos seus órgãos sociais que são optometristas, não sendo esse facto, no entanto, sobreposto ao compromisso assumido pela direção da ANO, para com os empresários seus associados”. Nesse mesmo texto, a ANO lembra: “a profissão de optometria não deve ser confundida com as empresas de ótica, pese embora operem nestas empresas optometristas contratados pelos empresários associados da ANO e nos “consultórios” destes empresários, devidamente registados na Entidade Reguladora da Saúde por estes mesmos empresários. Fazendo- se esta distinção, facilmente se percebe que a ANO representa os empresários de ótica, seus associados, e não os profissionais de optometria, que sempre respeitou, procurando – porque a isso está estatutariamente obrigada –, promover os interesses comerciais dos seus associados, o que fará incondicionalmente nos termos da lei.” 

 

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