O setor da ótica vive hoje a expansão de um movimento em prol da vida e do planeta. MITA é sinónimo disso mesmo. Nasce da experiência de duas mentes entrosadas com o setor há décadas, Nora Cabrera e Fabio Ferracane, que vislumbraram nesta tendência uma oportunidade de ouro…ou de plástico. É que as armações da MITA são trazidas à “vida” através de cinco garrafas de plástico, a maioria recuperada entre o lixo dos oceanos, em conluio com organizações especializadas neste trabalho e ainda associações ambientalistas internacionais. Cada peça é alinhada com um design primoroso e apresentada aos consumidores mais conscienciosos a preços aprazíveis, para que não hajam desculpas para não estar a par da sustentabilidade. E não se ficam por aqui. As lentes de demonstração são biodegradáveis, assim como as embalagens indexadas e o próprio estojo de proteção e transporte. A Coleção 1 tem 17 armações de prescrição e 14 de sol e deveria ter sido lançada à experiência dos profissionais na MIDO de 2020. Claro que, a LookVision Portugal não quis perder este novo avanço da ótica e trazemos, em exclusiva, uma entrevista aos mentores deste projeto verde.
A MITA é prova viva de que um excelente design já não é suficiente em óculos?
Nora Cabrera: Hoje em dia vender óculos não é suficiente, é preciso vender a história por trás da marca e conectar-se às emoções dos consumidores. Nós pensamos que a MITA tem todos os elementos de sucesso para tal, desde a paixão que pomos nos designs até aos materiais não convencionais que usamos.
E por falar em materiais, como é que surge a ideia de usar garrafas recicladas e alumínio, entre outros?
NC: Nós sabíamos que, quando estivéssemos prontos para lançar uma marca queríamos desenhar uma coleção que fosse diferente de tudo o que a indústria propunha. Ambicionávamos uma verdadeira marca sustentável. Acreditamos piamente no principio de que a moda eyewear não deve ser um peso para o ambiente. Somos apaixonadamente devotos a redefinir a relação entre moda e sustentabilidade.
É muito corajoso lançar uma marca nos dias que correm, considerando a enorme concorrência no mercado ótico e ainda os novos hábitos de consumo. Qual a vossa estratégia de sucesso?
FF: Estamos conscientes que há muita competição na indústria, mas a visão que temos para a MITA é diferente. Queremos que a MITA seja mais do que uma marca, queremos que seja um movimento. Não pretendemos apenas vender óculos, mas também ligarmo-nos ao consumidor para que ele possa ser parte da solução para salvar o planeta. Adicionalmente, ser “verde” ajusta-se à mudança demográfica do negócio. Na ótica, os 77 milhões de baby boomers, nascidos entre 1946 e 1964 e que conduziram muitas das vendas de eyewear premium, serão eclipsados por 82 milhões de millennials, nascidos entre ‘77 e ‘97. Os millennials tem um forte interesse na saúde e estão centrados no seu próprio bem estar e no ambiente que os envolve.
Até onde querem levar esta MITA Eyewear?
NC: O nosso sonho é que a MITA se torne uma marca global. Isso permitir-nos-á manter milhões de garrafas fora dos nossos oceanos e rios.
Observando o mercado e tendo em consideração a ampla experiência que ambos usufruem, como descrevem a ótica de hoje em dia?
FF: A indústria é agora, mais do que nunca, um organismos em transformação. Os consumidores são hoje mais conhecedores das marcas, dos materiais, mais sensíveis à saúde e à qualidade, ou sejam, querem o melhor possível pelo preço que pagam. E aqui estamos nós, a MITA, que garante o melhor da moda, preço e design.
Que futuro esperar para o eyewear?
NC: Penso que podemos esperar mais e mais compradores educados e informados. O conhecimento está na ponta dos nossos dedos e por isso a transparência é uma premissa essencial.