Em 2019, a revista que tem a missão de ter em si toda a ótica do mundo completa sete anos. A LookVision Portugal lançou a primeira página de um projeto editorial ambicioso em 2012. Provou-se que a ótica é um segmento que pode ser captado, ao mesmo tempo, de uma perspetiva rigorosa e plena de glamour, mesmo à sua medida. Hoje escrevemos as palavras que preenchem a nossa 79ª edição, com a certeza que mudámos o setor. Para além da marca trazida de Espanha, esta casa tem mais dois nomes: Patrícia Vieites e Carla Mendes. Duas mulheres da comunicação que se entrosaram com a ótica e com as pessoas que a compõem de forma apaixonada. Afinal, fazer parte deste grande grupo é um privilégio.
Da mesma forma que questionamos os nossos alvos de curiosidade, também nós deixamos aqui um testemunho direto e sincero do que foi compilar sete anos de história da ótica.
Fique já com a informação de que fora das páginas desta revista que segura na mão, que gerimos com o coração, somos mães! Claro que incutidas com os ideias da mulher com carreira e independentes, somos também perseguidoras de outros sonhos. Enquanto a Patrícia agarra todos os dias a vida de atleta de biquíni fitness, percurso que começou já “adulta” mas que agarra com a disciplina de qualquer atleta de alta competição de sempre. Com muita determinação venceu obstáculos de gigante, entre os quais uma fratura grave que lhe provou que, contra todas as más previsões, era mais forte. Tudo para, em 2019 arrebatar o título de campeã nacional na categoria de masters. O céu é o limite!
Carla caminha no sentido contrário. Depois de uma carreira na alta competição no remo, durante 20 anos, entre os quais seis já acumulando a maternidade da primeira filha, hoje o desporto tem a função de desafio pós-carreira e de passagem de testemunho aos mais jovens. Longe dos dias em que a pressão pelos resultados ditavam cada remada e cada dia da vida, a atleta redescobriu o prazer dos barcos subtis, da água que se afasta à força para deixar deslizar quem é mais forte, do frio, do calor, do sol e dos risos de quem ainda sonha com os jogos olímpicos…e da pausa da família numerosa exigente!
Unidas e determinadas num mesmo rumo profissional, apresentamos a LookVision Portugal, para lá das letras!
Qual o ímpeto que fez nascer a LookVision Portugal em 2012?
Patrícia Vieites: O ímpeto de fazer nascer a Lookvision foi uma máxima que faço questão de seguir em todos os aspetos da minha vida: fazer mais e melhor. Trabalhava à data numa revista do setor onde estive cerca de quatro anos e a dado momento achei que a ótica, por quem me apaixonei logo de início, merecia, lá está, mais e melhor. Achei que seria capaz de apresentar ao mercado um projeto que trouxesse algo de novo, com mais qualidade, quer a nível editorial quer em termos de apresentação gráfica. Sonhava com um projeto semelhante àquelas publicações internacionais, nas quais me perdia sempre que visitava a zona da imprensa na Mido ou Silmo. O sonho foi crescendo, incentivado por alguns clientes, aos quais nunca poderei agradecer suficientemente, e em janeiro de 2012 disse à Carla, com quem trabalhei durante todo o período entre 2008 e 2011, “quero lançar uma revista nova e acho que só faz sentido se formos as duas a fazê-lo. Conto contigo?” E pronto, sete anos depois, cá estamos!
Carla Mendes: Trabalhar no setor da ótica foi desde o dia 1 uma experiência incrível. Fi-lo com muita obstinação, porque havia muito mais do que óculos para descobrir. Aliás quando integrei o setor como jornalista só me questionava o que poderia preencher uma revista inteira sobre ótica! Passados 14 anos de experiência editorial no setor, tenho a dificuldade oposta. Em 2011, depois de uma aprendizagem de seis anos ao serviço do registo da ótica e porque eu e a Patrícia já sonhávamos com um novo sentido para a comunicação deste mercado, ao findar a minha colaboração com outra revista do setor, só precisei da coragem da minha sócia. Senti um frio na barriga, lembro-me, mas acreditei que tínhamos obrigação e capacidade de fazer a diferença.
Que momentos foram centrais na edificação da revista no mercado português?
CM: A primeira vez que nos olhamos nos olhos e dissemos sim! Em frente ao rio Douro, de papel e caneta na mão, desenhamos a primeira revista do zero, com os nossos sonhos, com a nossa alma e com o formato que o setor que sempre nos acarinhou, fosse sob que marca fosse, merecia. E não há nada como tocar a materialização dos textos que saem da cabeça para a folha branca digital. É incrível! Recordo com carinho as conversas com cada um dos profissionais que aceitaram o desafio de sair da sua área de conforto para abrirem a sua vida a mim a à Patrícia e serem depois retratados de forma única. Também lembro os deslumbre da número 1, graças à incontornável fotógrafa Paula Bollinger, com quem partilhámos dias intensos de trabalho e tantos sonhos. Os convites de grandes organizações que nos levaram para outros “mundos”, confirmaram-me que estávamos certas em empreender a LookVision Portugal e mantêm-nos motivadas sempre. E o facto de ter na Patrícia muito mais do que uma sócia, no apoio às minhas “maternidades” e que me permitiu manter o meu nível profissional.
PV: Para mim, há vários momentos marcantes, talvez o mais marcante de todos, seja a MIDO de 2012, onde, sozinha, pela primeira vez, pois não havia orçamento para que a Carla me acompanhasse, munida apenas de uma pequena maquete, percorri os longos corredores da feira, visitando aqueles que mais tarde viriam a ser os nossos clientes. Apresentei o novo projeto e pedi que confiassem em mim e nos apoiassem com investimento publicitário, para que fosse possível lançar o primeiro número. Aliás, todas as primeiras reuniões, com aqueles que são hoje os nossos principais parceiros de negócio e que estão ao nosso lado há precisamente sete anos, estão gravadas na minha memória e na edificação da revista. Sem eles e sem a sua total confiança hoje não estaríamos aqui. Estávamos a lançar uma revista no final do primeiro trimestre do ano, os orçamentos de marketing estavam há já muito fechados e o esforço que alguns clientes fizeram para nos apoiar foi verdadeiramente extraordinário. A primeira SILMO em que estivemos como media partners, apenas com três meses de “vida” também me ficou marcada! Pois foi também uma demonstração de total confiança numa publicação acabada de nascer. E obviamente, o nosso primeiro entrevistado, Rui Motty, que nunca se tinha “deixado” entrevistar por nenhuma revista do setor até à data e acedeu a ser a nossa primeira capa! Acho que somos umas sortudas por estarmos rodeadas de tantas pessoas incríveis ao longo destes sete anos e que, dia após dia, continuam a apoiar-nos para que façamos o que mais gostamos. Claro que nada disto seria possível sem a nossa base essencial, que é a nossa equipa. A Paula Craft, que garante a paginação e o design primoroso, à Mariana Santos, com a sua forma única de alinhar as palavras que nos marca e as objetivas que não deixam escapar o charme de ninguém de Paula Bollinger, Miguel Silva e Hugo Semedo.