Guillaume Thuau: Baars e o magnetismo em óculos

Experimentámos esta marca audaciosa, jovem e futurista no SILMO 2022. Pode dizer-se que é magnética, literalmente e também simbolicamente. Guillaume Thuau é a mente por trás de uma charneira que nunca se parte, só se separa do resto sob pressão. Ou seja, sujeitas a um qualquer acidente, tão comuns entre quem usa óculos, estas peças têm um sistema magnético que permite que as hastes se afastem dos frontais sem consequências, vezes e vezes sem conta e sem perder magnetismo. A matéria usada para garantir a integridade do conceito também se usa na NASA e vem introduzir uma solução essencial na indústria eyewear. Confessamos que também nos fascinaram os desenhos informais, as cores cool e um espírito livre. A história desta casa com a inovação como assinatura é ainda feita de tradição, muito carinho e da dedicação de uma equipa multidisciplinar que se reuniu em torno do magnetismo.

Como nasceu a ideia de fazer eyewear com charneiras magnéticas? Na altura apontou a algum segmento de consumo em particular?

O meu background é design de produto. Sempre aprendi e tirei prazer da criação de produtos e soluções que respondam aos desafios dos usuários. Quando comecei a trabalhar na indústria do eyewear mantive esta filosofia comigo. Um produto deve ser útil. A função de um par de óculos é ajudar as pessoas a verem e, por isso, a questão que coloquei centrou- -se não tanto no estilo dos modelos, mas em torná-los mais úteis. Tive a ideia de estudar mais profundamente esta parte das peças em específico: como fazê-la inquebrável? Ou pelo menos o mínimo de quebradiça possível. A resposta surgiu em dois princípios, o primeiro de reduzir o número de materiais e depois de trocar de uma conexão mecânica para uma magnética. E porque as nossas armações são mais robustas, apontámos a pessoas que têm um estilo de vida semelhante ao nosso e precisam de um produto sólido e funcional. Baars é uma marca para pessoas ativas que vivem com os seus óculos!

Sabemos que produz os modelos numa zona muito especial e experiente em óculos, na Jura, França, e com artesãos incríveis. Como reagem eles próprios a esta inovação?

Tenho muita sorte em trabalhar com a Lucal e a Optisun desde o arranque desta nossa aventura. Eles estão, de facto, entre os melhores artesãos do mundo. A sua história remonta a 1800! Portanto, poderíamos imaginar que teriam algum receio desta nossa inovação, mas foi exatamente o oposto, tiveram imensa abertura e até nos ajudaram a aperfeiçoar a nossa solução única ao longo dos anos. Acredito que muitas pessoas tenham empatia pela nossa inovação, até mesmos os produtores com um passado muito tradicional e é isso que a torna tão especial.

Há outra inovação que seja urgente no eyewear e na qual estejam já a pensar?

Para além do desenvolvimento da nossa linha em aceato e especialmente a Baars Vanguard, eu acredito que a tecnologia de impressão 3D vai revolucionar a forma como consumimos e compramos muitos objetos. Se neste momento as texturas e cores que saem dessa tecnologia possam ser um desafio para a indústria do eyewear, estou convencido que no futuro próximo vamos atinigir um modelo similar aos de acetato mas com uma eficiência em termos ambientais muito melhor. A tecnologia de impressão 3D usa menos materiais e exige menos transportes do que o que envolve a produção em acetato. Por esta razão, estamos constantemente a trabalhar numa gama chamada Selasi que evolui com a tecnologia de impressão 3D.

Entrevista completa na Millioneyes 117