Filippo Pagliacci, Giuseppe Pizzuto, Diego Ponzetto: Uma Movitra que desassossega a ótica

“Movitra é iluminação, destino e vocação”, é assim que Filippo, Giuseppe e Diego descrevem a marca nascida dos seus sonhos e da sua criatividade. A missão central desta marca transalpina assentou na proteção das lentes, mais do que criar óculos. Movere e Vitra são a origem do nome, de movimento e vidro, ou melhor, de lente que se move, de forma dinâmica e fluída. Foi deste conceito que nasceu uma patente e, de um gesto simples e diário que se repete, o mote de uma aventura desafiante. “Uma mulher que se baixa para pegar no filho ao colo e os óculos caem no chão, com as lentes viradas para baixo. Riscos irremediáveis.” Os três criativos apresentaram como primeira proposta ao mercado, um mecanismo localizado no centro da armação que permitia rodá-la sobre si mesma, com duas molas que se uniam à peça com quatro parafusos. O objetivo focou-se depois na “invisibilidade” do engenho e conseguiu-se eliminar os parafusos e tornar a invenção mais clean, com aplicação da soldadura a laser. Hoje é aplicada em modelos de metal mais delicados e ainda se trabalha sobre este processo a par de afinadíssima criatividade no que diz respeito ao desenho dos óculos.

Seguramente que, a parte mais complexa de um processo criativo está na materialização das ideias. Conduza-nos pelo percurso feito, desde a missão primordial que estabeleceram de proteger as lentes, ao complexo mecanismo de fazerem óculos que rodam sobre si mesmos.

O percurso foi longo e complexo. Não pertencíamos ao setor da ótica, nenhum dos tês. E quando se faz algo completamente novo, as primeiras reações que se encontram são sempre as mesmas: “não se pode fazer, é irrealizável!”. Adicionalmente, o facto de não sermos óticos ou provenientes de famílias que operam no mercado não nos ajudou, em termos de credibilidade, claro. Muitas vezes fomos tidos como simplesmente loucos.

E depois deste enorme desafio, como se consegue manter a postura?

O próprio mecanismo em si ajudou-nos. Percebemos com o tempo que não devíamos desenhar óculos com o intuito de esconder o mecanismo, mas sim, ao contrário. Desenhar modelos em torno da invenção e este foi o ponto de mudança para a nossa identidade.

Que papel desempenham na vossa empresa?

O Filippo ocupa-se da parte comercial e o Giuseppe desenvolve o produto. O Diego, esse, mantém-se fiel à sua atividade profissional anterior e permite- -nos ter uma imagem futurista , enquadrada nos tempos atuais.

Que sonhos têm para o futuro da marca?

Que prossiga o crescimento com destino à missão de se tornar uma super- -marca, distribuída em todo o mundo com reconhecimento transversal e alvo de desejo. Mais! Adorávamos encontrar mais pessoas nas ruas com os nossos óculos, e, quem sabe, um dia sermos cotados na bolsa e deixar um marco tangível neste setor.

Entrevista completa na Millioneyes 105