Fernando Eugénio: Uma corrida a favor do tempo

Quando começámos a escrever sobre ótica há quase duas décadas atrás, Fernando Eugénio foi desde logo nome de destaque. Vanguardista, corajoso, mordaz, Fernando Eugénio nasceu entre óticos e óculos, mas trilhou um caminho muito seu. Aos 17 anos lançou-se como vendedor e com sucesso. Aos 18 rumou para Lisboa para se tornar optometrista e com 22 anos já tinha a sua própria empresa de importação, a Astrooptica, Percebeu bem os meandros dos óculos e sempre defendeu e divulgou a emoção que que cada marca, de uma maneira única, pode passar aos clientes das óticas e isso captou o interesse da italiana Allison, pela sua capacidade de conquistar o mercado e as pessoas. Passou a ser 100 por cento Allison há 25 anos, instituindo o “charme” da casa italiana em Portugal, com assinatura própria. Aliás, quando a empresa teve que repensar a sua atividade convidou Fernando Eugénio a estar na dianteira das decisões, passando a assumir funções a nível ibérico. E entretanto também assumiu a presidência da, hoje extinta, Associação Portuguesa de Fornecedores de Óptica, com ideias inovadoras que antecipavam já os problemas que se vivem hoje no setor.

Em traços largos, fale-nos deste meio século de portas abertas?

50 anos são uma eternidade temporal que muitas vezes nos faz perder a noção. A primeira loja com 15 metros quadrados foi aberta com parcos meios e decoração “caseira”. O meu pai afirmava sempre um ensinamento importante: “nunca dar um passo maior que a perna” Assim aconteceu durante 15 anos, até que nos atrevemos numa nova loja de raiz com 400 metros quadrados e os resultados foram ótimos. Crescemos como empresa e tanto como pessoas! Conseguimos tudo isto mantendo sempre uma atitude séria para quem nos procurava. Em 2023 expandimos com mais quatro lojas em Abragão, Alpendurada, Penafiel e Vila Meã. Sentimo- nos realizados!

A experiência a “montante” da indústria dá-lhe vantagem, agora que se vira para o retalho?

Foram 42 anos de experiência com muitas peripécias pelo caminho que me engrandeceram como ser humano e empresário. O know-how ajuda bastante para conseguir manter a mente aberta na gestão do retalho e ter uma visão mais aguçada dos respetivos números.

Neste capítulo profissional que encerra com a Allison, atual AVM 1959, faça-nos uma resenha dos “dias felizes”.

É um desafio muito difícil, pois os momentos felizes foram muitos. Fui recebido de braços abertos num projeto que em 1999 era bastante inovador e gratificante, não só pelas ações de marketing, mas também pela loucura do pushing constante por parte de Itália, que fez desafiar-me e a quem me rodeava em todos os momentos. Chegamos a patamares inimagináveis. Itália será sempre a minha segunda casa, onde me sinto feliz.

Que assinatura estratégica quer lançar no Eugénio Oculista?

A assinatura de um ótico/optometrista que adora a profissão e transmite paixão. Tenho a sorte de ter uma vasta equipa profissional a meu lado e muito unida, com grande sentido de pertença ao Eugénio Oculista. Nada conseguiria sem eles e, algumas vezes, com a opinião sábia do meu pai e, já agora, da minha mulher, Inês Coelho.

Entrevista completa na Millioneyes 13