Esta designer brasileira é uma lufada de ar puro na indústria da ótica. Aliás, iniciou-se no setor pelas mesmas razões de tantos outros artistas, mas ainda hoje se mantém fiel aos princípios que a guiaram na produção da primeira armação, de forma apaixonada, motivada pela criação e de sorriso no rosto. Érida Schaefer conseguiu a “receita” perfeita em eyewear para conquistar os consumidores europeus e prevê um período dourado para a sua Otro. E de facto é difícil resistir-lhe, pela honestidade, pelo sentido estético apurado e pelo sentido positivo que atribui a tudo na vida. Tivemos o privilégio de ter palavras exclusivas desta criativa e perceber o passado e o futuro de uma Otro que vem à conquista do mercado.
Antes de mais, conduza-nos pela história desta Otro Eyewear. O que levou a Érida a decidir enveredar pela criação de óculos?
Eu tenho visão monocular congénita e já usava óculos há algum tempo. Sempre procurei armações diferentes e coloridas, mas nunca encontrava. Um dia resolvi pintar uma armação do meu acervo pessoal e recebi logo encomendas de amigas e familiares. Cada par que eu pintava, fotografava e publicava no Instagram. E foi através dessa rede social que uma jornalista inglesa me encontrou e publicou uma pequena reportagem que reunia oito designers que usavam cores e pinturas, entre eles, eu. Foi tudo muito intenso desde o início, principalmente porque eu não queria ter uma nova profissão aos 52 anos de idade! No entanto, vi aí uma oportunidade de iniciar uma nova carreira.
Porquê Otro?
Quando pensei num nome, queria que fosse sonoro, pequeno, que o desenho do logótipo tivesse o aspeto de óculos e, principalmente, que remetesse a ideia de sequência, pois sabia que quem comprasse um de meus modelos, certamente iria querer outro (OtrO). E é espanhol, porque a palavra ficava mais curta, e também porque me encanta a sonoridade da língua. A Otro demarcou-se desde o início pelas cores e, mais recentemente, pelos formatos arrojados.
Ou seja, arte está sempre na frente dos desenhos. Tem a ver com a sua formação ou com o seu coração?
Mais com o coração. Eu só estudei Artes Visuais porque o meu coração pedia. Era a única coisa que me via a fazer na vida. Formei-me em 1988 e as cores e ideias inovadoras sempre foram meu foco. Hoje não consigo separar a arte de nada que faço. A arte é a mais pura expressão do ser humano e trazê-la para perto dos olhos nos óculos é providencial. Não sei como ninguém pensou nisso antes!
Entrevista completa na Millioneyes 136