Foram mais de 300 participantes que dinamizaram a 17º Jornada Científico-Técnica de Contactologia, a 15 de fevereiro na plataforma Zoom e no Facebook, desenvolvida pelos docentes e investigadores da Escola de Ciências da Universidade do Minho. O destaque esteve na habitual palestra que dá conta de uma evolução negativa da adaptação de lentes de contacto. As apresentações seguintes demonstraram, porém, que a indústria não se resigna e continua a desenvolver mais e melhores produtos, para um mercado luso com imenso potencial.
A apresentação habitual do panorama geral dos números de adaptações de lentes de contacto pela voz da investigadora e docente da UM, Rute Macedo- de-Araújo, representou o arranque dos trabalhos da ContactUM. É um trabalho de coordenação entre a UM com a Universidade de Manchester. É feito desde 1997 e até ao momento foram analisados mais de 70 mercados, com os resultados publicados na Contact Lens Spectrum. Portugal participa através da UM desde 2007 mas tem vindo a baixar de participantes. Em 2021, conseguiu-se um crescimento, com 248 profissionais a responderem.
Portugal registou uma baixa nas adaptações, embora tenha uma média semelhante ao que se verificou nos 11 países selecionados para a análise. Os profissionais portugueses continuam a ser exímios a adaptar lentes mais complexas como as tórias ou as multifocais. Estamos mesmo cima da média global. No que diz respeito a lentes de contacto para controlo de miopia, um problema mais mediatizado e sublinhado pela pandemia, há uma tendência crescente de adaptação e Portugal subiu de três por cento de 2020 para sete por cento em 2021. A média global é de dois por cento. “É preciso um maior participação dos profissionais para cimentar os resultados lusos. Deixo um apelo à participação para este 2022”, terminou a estudiosa.