O rosto português da CECOP sentou-se com a equipa da LookVision Portugal para um balanço privilegiado dos dois anos de trabalho. Mais associados, mais serviços, espaço à experiência de modelos de negócios inovadores e muita proximidade aos óticos e aos fornecedores são as ações dinâmicas que descrevem a CECOP desenvolvida por David Carvalho e a sua equipa. Este processo de evolução tem sido exemplo para o grupo a nível internacional, que está comprometido com o crescimento qualitativo e quantitativo da CECOP no futuro próximo.
Já há dois anos que assume a camisola CECOP. A promessa inicial era tornar a CECOP mais dinâmica, mais “portuguesa”. Que balanço faz deste trabalho intenso?
Continuo com a mesma energia que tinha há dois anos muito por causa do meu perfil e da minha atitude perante o trabalho e a vida em geral,
Quanto ao balanço há que considerar duas vertentes: experiência pessoal e a profissional. Em termos pessoais foi um desafio considerável porque na altura representou uma indústria com a qual não tinha qualquer contacto, foi um empreendimento constante e exponencial durante estes dois anos e o balanço é muito positivo. Em termos profissionais, o processo tem corrido de acordo com o planeado e com os objetivos propostos que era fazer um projeto de melhoramento e atualização.. Quando apanhei a CECOP no final de 2016, encontrei um modelo de negócio que funcionava relativamente bem, no entanto, senti é que havia um certo estancamento do próprio modelo, estava a funcionar da mesma forma há muito tempo e urgia evoluir. O balanço é exatamente esse e tem a ver com a evolução e adaptação constante às modificações da indústria da ótica e não só. Também temos que estar atentos às indústrias de retail em geral. Estou satisfeito com a performance que temos tido, não só a nível pessoal, como também no da administração. Têm-nos reconhecido o bom trabalho.
Atingiu os objetivos propostos?
Por um lado sim, por outro não. Em termos de expectativas, alcançámo-las, tanto a nível de serviço, como em novas áreas de negócio, onde a eficiência de apoio ao ótico e ao fornecedor foi alcançada e trabalhada. Porém, a única coisa na vida que é garatido é a mudança e nesse sentido falta prosseguir com a evolução, como já referi. Não é que a CECOP seja diferente do que era, mas está em transformação e, claro, não acaba aqui.
Que pontos destaca desta CECOP Portugal sob a sua liderança.
Temos sempre que considerar dois pilares dentro da CECOP, dado que estamos a trabalhar com as duas facetas do mercado: por um lado os fornecedores e por outro o ótico independente. Neste sentido, temos obrigatoriamente que apresentar uma proposta de valor a esses dois lados do mercado. Estamos obviamente muito focados no ótico e na gestão de ótica tal como em desenvolvimento de programas que apoiem o fornecedor nao só na venda como também na sua imagem e no seu papel no setor. Nos últimos 18 meses trabalhamos num projeto que se chama Evolution e aqui incluímos um plano de negócio, onde funcionamos como consultores especializados no setor. Arrancámos em janeiro e já temos bons indicadores de sucesso. Este programa tem várias fases, o diagnóstico, a apresentação do projeto, a implementação e o seguimento. O objetivo é que o ótico compre melhor, venda melhor, tenha maior eficiência, melhor atendimento e no final consiga melhor rentabilidade. É um projeto de 360 graus e com caráter internacional.
E que feedback conseguiram dos associados?
Acredito que o índice de satisfação relativamente à ligação com a CECOP é maior, simplesmente porque nos estamos a adaptar e a apoiar no ajuste dos profissionais óticos em relação ao futuro. A prova disso é que temos crescido em óticos associados de 25 a 30 por cento ao ano, desde 2016.
Na altura que integrou a CECOP falou-nos da vontade de marcar o compasso da CECOP internacional com exemplos made in Portugal. Atingiu esse objetivo?
A dinâmica com a casa mãe não podia ser melhor. Aliás, para além do mercado português também dirijo o mercado britânico e faço parte do comité internacional para desenvolvimento de novos mercados. Como Portugal é um mercado pequeno em relação aos demais tentámos sempre trabalhá-lo sob uma mentalidade start-up e tentar alguns modelos inovadores. Alguns tiveram de facto grande sucesso e foram replicados em Espanha, onde está a matriz da empresa e isso deixou-me bastante satisfeito. Claro que, isto não é um trabalho individual, mas sim de toda a equipa lusa. Da mesma forma que a casa mãe me deixa dar asas às minhas ideias e eu faço o mesmo com a minha equipa. E embora estejamos a falar de uma empresa com 23 anos, a mentalidade é arrojada e de start-up. Testamos muitos modelos sem medo. Claro que também falhamos e aprendemos. O Jorge Rubio, CEO da CECOP, embora um veterano da ótica, tem uma mentalidade aberta e deixa-nos trabalhar sob este regime.
E foi todo este método de trabalho que também o atraiu para a CECOP.
Sem dúvida, já falámos que antes era empreendedor, vivi nos EUA, no Brasil e em Angola e sempre com start-ups e empresas próprias e aqui estou num modelo totalmente distinto. Apesar de tudo, o meu trabalho é bastante similar e é isso que me estimula. Além disso, somos uma multinacional com uma estratégia de expansão agressiva além fronteiras e também internamente. Por exemplo, este ano comprámos um grupo em Itália e crescemos para 3600 associados no mundo inteiro. Isto é representativo da nossa estratégia. Nos próximos anos queremos continuar com uma estretégia de crescimento por aquisições.
E que planos pode já revelar do futuro?
O nosso modelo de negócio vai prosseguir, que passa acima de tudo por dar um serviço de qualidade. Este é o pilar principal e dirige-se tanto ao fornecedor como ao associado.Nós criamos valor. A evolução disso é a expansão, replicar o que temos, mas para isso acontecer temos que ter modelos adaptados às necessidades da própria indústria e é sobre isso que trabalhamos. Exemplo disso é o Plano de Negócio e vamos continuar a investir muito nesta vertente.
Como tem uma perspetiva privilegiada de vários países, quer-nos dizer como está Portugal neste panorama?
Quanto mais me vou inteirando de outros mercados constato que nós portugueses somos espetaculares. Nós funcionamos bem, os nossos brandos costumes são um grande diferencial. Existem outros mercados que estão a anos luz do que fazemos. E quando visito os nossos associados e vejo-os a funcionar em pleno, o cuidado com o design, as instalações e o cuidado no atendimento atesto isso mesmo.