A diretora da feira internacional alemã falou-nos do desafio que foi decidir abandonar a usual posição de primeira feira do ano, em janeiro. A decisão que mudou a opti para novas datas em maio, de 13 a 15, fez-se em conluio com os players envolvidos no certame e augura melhor participação e, acima de tudo, segurança. Numa conversa exclusiva com a Millioneyes, Bettina Reiter garantiu que a necessidade do setor se encontrar em feiras profissionais é um facto e que a opti está desenhada para garantir negócios e encontros de sucesso. A líder alemã garante ainda que Munique “vestida” de primavera é irresistível e que vale a pena visitar um evento bem delineado, transversal a todas as vertentes da ótica, com uma faceta académica forte e muitas novidades.
Embora seja imperioso não fazer a opti em janeiro, não deixa de ser altamente prejudicial para a organização voltar a adiar a feira.
A opti é a feira profissional líder da indústria do mais importante mercado europeu. O nosso objetivo primordial é garantir uma plataforma de confiança para o setor da ótica, um ponto de encontro para a indústria e uma oportunidade para fazer transações e contactos de grande qualidade. Até ao início de novembro, nós e os participantes do mercado, considerámos que havia grande potencial para conseguir realizar o evento. Depois, o aumento rápido e descontrolado das taxas de infeção pelo coronavírus e as aceleradas mudanças nos regulamentos estabelecidas pelo governo tornaram impossível planear o evento com certeza e fiabilidade e, por isso, decidimos adiar a opti para maio. E como a situação está hoje, no período para quando a feira estava programada, posso afirmar que fizemos tudo de forma correta. Por favor não pense que nos estamos a enaltecer quando dizemos isto, nem pensar, todas as nossas ações foram ponderadas com muito cuidado, em parceria com as muitas pessoas que compõem a indústria da ótica oftálmica
E a opti mantém-se financeiramente saudável?
Têm sido tempos muito desafiantes para todas as feiras profissionais. A opti é uma história de sucesso e todos os envolvidos podem olhar para o futuro com confiança, porque nos baseamos num desenvolvimento forte: a primeira opti foi realizada em 2008 com 18 mil visitantes e quase 360 expositores de 20 países e em 2020, a última opti antes da pandemia, recebemos 605 expositores de 39 países e quase 26 mil visitantes, em Munique. Estamos a falar de um aumento de 47 por cento em número de visitantes e 90 por cento em nacionalidades. Claro que, atualmente é mais difícil organizar uma feira de forma lucrativa, porque temos custos adicionais de processamento, como por exemplo com a comunicação e com o registo dos detalhes de contacto e passes de acesso para os bilhetes. Mesmo assim, depois deste longo e forçado período de pausa, a opti 2022 focará mais a qualidade que a quantidade – mais trocas pessoais há muito esperadas. Somos um prestador de serviços e organizamos feiras profissionais presenciais, precisamente porque o mercado precisa delas. E respondendo à sua questão, sim, estamos numa boa posição económica como organização.
Entrevista completa na Millioneyes 107.