António Martins e André Soares: A juventude eterna como estratégia

Há figuras que são tão presentes que se tornam familiares. António e André são um caso perfeito desta premissa na ótica. Já fazem parte do setor há tantas décadas, a par e passo com as mudanças que se operaram à sua volta, que se tornaram um “dado adquirido” nos eventos, na opinião e no coração de tantos colegas de profissão. Têm-se valido das novas gerações de óticos, neste caso dos seus filhos, para manterem a juventude na empresa, embora eles sejam o centro nevrálgico da Zona Óptica, precisamente pela energia jovial e carinho que dedicam aos seus clientes. Constatámos, de facto, o carisma de quem nasceu para lidar com o público, em pessoa, sempre leves e de sorriso fácil. Porquê? Porque para lá das lojas, renovam-se na água, praticando mergulho, no caso de António, e na estrada, em cima de uma bicicleta, no caso de André. Pode mesmo dizer-se que é assim que os 35 anos da Zona Óptica parecem “muito mais novos”. E tudo arrancou pelas mãos de um inquieto António Martins, a quem se juntou o bem disposto e diligente cunhado André Soares.

Fundaram uma marca assumidamente lisboeta, que da zona mais oriental da capital se estende ao concelho vizinho de Loures. É nos laços familiares, no gosto pela vida e na vontade de empreender que obtêm laivos de eterna juventude na empresa. Em cada uma das sete lojas sem exceção, a inovação é rainha, assim como o cuidado e atenção ao cliente, e estes, sim, falam mais alto. Ambos na “casa” dos 60, os empresários preparam com leveza a entrada destas novas gerações no negócio familiar e depositam nos filhos a continuidade e o sucesso de uma ótica de futuro.

O António envolveu-se na ótica através da família. Foi uma responsabilidade que foi forçado a assumir ou uma escolha para a vida?

António Martins: A escolha não foi obrigatória, apenas incentivada. O meu pai já tinha história neste ramo, com uma ourivesaria com secção de ótica, algo muito comum na altura. E eu quase que posso dizer que nasci no meio dos óculos e das lentes. Então, aos 20 anos, foi-me proposto que tirasse alguns cursos: de optometria, de técnico ocular e outros que havia na altura. Foi quando eu estava a sair do liceu e a pensar entrar na faculdade. Nesse momento, optei por fazer um ano de pausa para realizar essas formações e tomei-lhe o gosto. Depois quis aprofundar sempre mais. E hoje, olhando para trás, posso dizer que toda a vida tenho evoluído na ótica e nos seus vários ramos.

Sente-se realizado na sua Zona Óptica?

AM: Sim, foi o caminho certo. Muito trabalhoso, mas estou muito realizado. No início não foi nada fácil. Muito trabalho, muitas dores de cabeça, mas conseguimos ultrapassar tudo isso.

E quando surgiu o André nesta “equação”?

André Soares: A minha ligação à ótica surgiu desde que me casei com a irmã do António e nos tornámos familiares. Na altura, o meu sogro e o meu cunhado desafiaram-me a entrar neste “barco”. Na fase inicial precisei de fazer formação como técnico de ótica e fiquei à frente das oficinas da casa.

Entrevista completa na edição 119