AASO: a Europa, a Resiliência e a Sustentabilidade

A Associação de Apoio à Sustentabilidade da Óptica promoveu uma exposição sobre o Plano de Recuperação e Resiliência e o Plano de Ação da União Europeia para a Economia Circular. O professor Nuno Gama Pinto, doutorado em Gestão, assumiu a palestra que decorreu online, a 10 de maio, dissertando sobre a distribuição dos fundos europeus na pós-pandemia e de que forma o ambiente é contemplado e ainda sobre os objetivos lançados para se alcançar uma economia verdadeiramente circular.

“É com muito prazer que participo nesta conferência e que partilho com todos, enquanto membro do Conselho Consultivo da Associação de Apoio à Sustentabilidade da Óptica (AASO), a minha experiência e o trabalho que tenho desenvolvido nesta área em Portugal e também no plano europeu”, foi assim e de forma descontraída que Nuno Gama Pinto, lançou a palestra aos participantes.

A primeira temática a ser exposta prendeu-se com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), “que conhecemos nem sempre por bons motivos. As notícias que circulam sobre a sua execução são sempre o que nos deixa mais preocupados, no entanto é importante compreender de que forma foi desenhado, a que problemas é que procura responder e, inclusivamente, os condicionalismos que tem”, especificou o orador. Nuno Gama Pinto explicou que, em traços gerais, o PRR foi aprovado em 2021 e quer responder à crise pandémica e respetivas consequências.

Divide- se em três dimensões: resiliência, transição climática e transição digital. A resiliência é aquela que está conotada com um valor mais significativo. Aloca cerca de 11 mil milhões de euros, porque é nesta rubrica onde o governo português se focou mais. Ou seja, segundo o professor, a comissão europeia quis que todas aquelas dimensões fossem abrangidas, mas a distribuição por cada uma delas dependeu de cada estado membro. Essa rubrica responde às situações sobre as quais o país precisa mais, nomeadamente aos equipamentos de saúde, equipamentos sociais, qualificação dos recursos humanos, entre outras.

As restantes componentes que dizem respeito ao ambiente e às ferramentas digitais têm um investimento mais reduzido, em torno dos três mil milhões e 2500 milhões respetivamente. Neste momento a taxa de execução do PRR “é baixa, especialmente, se olharmos ao facto deste se desenrolar até 2026. Estamos a meio de 2023 e com apenas 11 por cento do PRR executado é motivo de grande preocupação e, por isso, quero chamar a atenção que essa preocupação não reside na transição climática nem digital”, mas sim no segmento que aloca mais dinheiro deste plano. Além de tudo isto, Nuno Gama Pinto chamou a atenção de que, no diz respeito às empresas, entre as 20 áreas delineadas no PRR, só três estão direcionadas de forma direta ao setor empresarial. São as limitações que algumas empresas e confederações empresariais têm apontado ao plano.

 

Artigo completo na Millioneyes 123